“Silêncios”, editado pela Chiado Editora, e que chegou em dezembro às livrarias, apresenta 270 poemas inéditos em 378 páginas.
Em desdobramentos melancólicos entre poesia em prosa e verso, a realidade poética é uma densa complexificação que devora o universo e é, ao mesmo tempo, devorada por ele.
“Silêncios”, que foi apresentado em Aveiro e em Lisboa, é uma coletiva itinerante que reúne o lançamento da segunda obra poética homónima de Filipe Marinheiro, pela Chiado Editora, e uma exposição de pintura de Rosa Rufino.
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A minha cabeça
pensa em todas as cabeças é sombriamente
todas as outras
cabeças, entranham-se, entram umas nas
outras, na minha!
– inquieto-me, estremeço, esmago-me,
imortalizo-me
tornando vidente tudo o que mexe...
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Uma vez
atei lençóis
ferrugentos
aos membros lisos
da claridade
daquele céu tatuado,
como deslizava
lasso ao longo
da corrente
sanguínea
de um qualquer
envenenamento.
Após sobrepostas
vibrações
retalharem a
sombra da minha fechadura.
São terríveis os
afectos.
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