terça-feira, 31 de março de 2020

Regeneração de ossos vale uma bolsa de 2,5 milhões de euros para cientista da Universidade de Aveiro!

O cientista João Mano da Universidade de Aveiro (UA) acaba de vencer uma bolsa de 2,5 milhões de euros atribuída pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC, na sigla em inglês) para trabalhar na regeneração de tecidos ósseos. Esta é já a segunda vez que João Mano, especialista em biomateriais, é galardoado com a ERC Advanced Grant, uma das mais importantes bolsas europeias. Neste concurso o cientista de Aveiro foi o único em Portugal a receber este tipo de bolsa. 
A bolsa permitirá, durante 5 anos, desenvolver trabalho na área da bioengenharia de tecidos humanos e biomateriais avançados, nomeadamente na criação de estratégias para a regeneração de tecido ósseo que poderá ter impacto em casos de perda massiva ou fraturas extensas de osso. 
“Sinto-me extremamente honrado com este reconhecimento extraordinário e pelo apoio de todos os membros do grupo”, congratula-se João Mano, professor catedrático no Departamento de Química e investigador no CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da UA. 
“Com esta bolsa vemos assim reforçada a oportunidade de combinar investigação de base de elevado nível com soluções terapêuticas radicalmente inovadoras que poderão vir a ter impacto na qualidade de vida de pacientes”, aponta. 
Artur Silva, Vice-reitor da UA para a área da Investigação, sublinha que esta bolsa é “mais um reconhecimento europeu da investigação de ponta” que se realiza na Academia de Aveiro. Esta ERC Advanced Grant, aponta o responsável, “reconhece a qualidade do nosso docente e investigador João Mano e da investigação que realiza e é também uma prova da aposta que tanto a Reitoria como o Laboratório Associado CICECO têm colocado nestes concursos a estas importantes e milionárias bolsas europeias”. 
Uma das grandes inovações do projeto “REBORN: Full human-based multi-scale constructs with jammed regenerative pockets for bone engineering” liderado por João Mano prende-se com a utilização de proteínas obtidas a partir de tecidos recolhidos durante o parto, e normalmente descartáveis, como a membrana amniótica e o cordão umbilical. Estas servirão de base para a construção de dispositivos altamente hierarquizados, desde a nano à macro-escala, com uma grande capacidade de gerar tecido ósseo mineralizado e promover a sua vascularização. 
Desses tecidos perinatais também será possível retirar células que desempenharão um papel fundamental na construção dos tecidos em laboratório. As células serão introduzidas dentro de pequenas “placentas” artificiais que, ao fornecerem sinais bioquímicos e mecânicos adequados, fomentarão a formação de micro-tecidos de forma completamente autónoma. A aglomeração dessas “bolsas regenerativas” de forma controlada no espaço permitirá o desenvolvimento de tecidos tridimensionais à escala dos defeitos ósseos reais, com grande precisão geométrica. 
Para além das aplicações in vivo prevê-se que estes dispositivos inovadores possam também servir como modelos de doenças de dimensões e especificações semelhantes aos dos tecidos reais, a fim de testar novos fármacos e terapias, podendo assim ser vistos como alternativa aos ensaios com animais ou aos testes clínicos. 
João Mano possui trabalho reconhecido internacionalmente no domínio do desenvolvimento de biomateriais e propostas de novos conceitos para aplicações biomédicas, em particular na área da Medicina Regenerativa, e dirige um dos grupos de investigação mais ativos na europa na área dos biomateriais e bioengenharia de tecidos humanos, o COMPASS Research Group (http://compass.web.ua.pt/). 
Critérios muito apertados 
Estas bolsas individuais são conseguidas após a participação em concursos extremamente competitivos, em que os critérios de avaliação se baseiam unicamente na excelência científica. A avaliação inclui a análise do currículo científico do investigador, que deve estar no topo dos investigadores a trabalhar na Europa, e também na excelência do projeto a executar, o seu grau de risco e a abordagem radicalmente inovadora nas fronteiras da ciência adotada no plano de trabalhos proposto. 
Mesmo recebendo candidaturas dos mais eminentes cientistas da Europa, a taxa de sucesso de bolsas financiadas este ano foi inferior a 10 por cento. Esta bolsa avançada foi a única, de entre as 185 aprovadas, atribuída a um investigador português ou a trabalhar em Portugal. 
Um feito notável e raro foi o desta bolsa avançada ser a segunda que João Mano conseguiu ver financiada, sendo que a primeira ainda está em execução. Adicionalmente, uma bolsa do ERC para prova de conceito (ERC-PoC) já havia sido atribuída em 2018. As bolsas ERC-PoC, apoiam atividades no estágio inicial de transformação de resultados obtidos por investigadores possuidores de bolsas ERC em propostas com potencial comercial, capazes de alcançar benefícios económicos ou sociais. 
Para além desta bolsa avançada, em 2019 também já haviam sido atribuídas 3 bolsas para investigadores do CICECO da UA: duas bolsas de consolidação (Consolidator Grants, ERC-CoG) e outra bolsa de prova de conceito (ERC-PoC).

quinta-feira, 26 de março de 2020

Cibersegurança - Duplique os cuidados em tempo de quarentena!

Recebeu algum email a solicitar donativos para auxiliar o combate ao novo coronavírus? Esteja alerta, pode ser para enganar! A DECO recomenda a adoção de boas práticas e alerta para os cuidados a ter no ciberespaço. 
A atual pandemia associada à propagação do novo coronavírus mostra-se ser terreno fértil para a proliferação de campanhas de phishing veiculadas por mensagens de correio eletrónico, SMS ou através das redes sociais. 
Nas mensagens é solicitado que os consumidores acedam a uma página através de um link que é disponibilizado. 
O link direciona o consumidor para uma página onde são solicitados dados pessoais, tais como nome, morada, idade, contacto telefónico, número de conta bancária ou número do cartão de crédito. 
O objetivo deste esquema é obter informação pessoal e confidencial para uso ilícito. 
Dá-se o nome de "phishing" a utilização indevida de logos e nomes de instituições credíveis para obter dados pessoais de consumidores, com intenções ilícitas. 
A cibersegurança depende, acima de tudo, de um comportamento cauteloso no uso da tecnologia.
Pode-se adotar boas práticas nos dispositivos pessoais, tais como: Manter o software atualizado, em especial o sistema operativo e o navegador Browser; manter o antivírus atualizado; fazer backups da informação; usar pin nos smartphones. 
Como evitar o phishing: Não responder a mensagens ou emails que considere duvidosos; verificar o endereço (URL) do site ou email; não aceder a links enviados; não enviar, por email, qualquer informação pessoal; se receber alguma mensagem de texto ou algum email com o teor descrito recomenda-se que não aceda a páginas através do link cedido antes de confirmar diretamente, com as entidades que supostamente lhe enviaram o mesmo, a veracidade do seu conteúdo. 
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DECO CENTRO Informamos todos os consumidores que em linha com as orientações da Direção Geral de Saúde e de acordo com o Plano de Contingência para o COVID-19, o atendimento presencial na delegação Centro está suspenso, por tempo indeterminado. Estamos disponíveis para atendimento aos consumidores através de email (deco.centro@deco.pt) e de contacto telefónico (239 841 004).

sexta-feira, 20 de março de 2020

DECO - Contacteless: seguro ou inseguro?

A tecnologia contactless permite que, ao aproximar uns centímetros um cartão de débito ou de crédito de um terminal de pagamento adaptado, o consumidor possa efetuar uma transação, sendo o código pessoal desnecessário.
Muitos consumidores podem ter já um cartão destes, mesmo sem o saber. Para verificar se o seu cartão tem esta funcionalidade basta verificar se no lado direito está impresso uma imagem com várias ondas em sequência, semelhante a um sinal de radar.
O regulador do setor, o Banco de Portugal, indica que os bancos devem informar os clientes das condições de utilização dos cartões contactless, nomeadamente no que diz respeito aos limites dos pagamentos sem utilização do PIN. Se o seu banco só disponibilizar cartões com esta funcionalidade, poderá junto do mesmo, solicitar a sua desativação caso assim o pretenda.
As transações sem PIN – contactless- têm o limite de 20 euros, sendo, por regra, o valor máximo de transações diárias sem PIN 60 euros. Ultrapassado este limite, o cliente só pode voltar a efetuar pagamentos contactless depois de realizar uma operação num terminal de pagamento ou numa caixa automática com o código PIN.
Com um cartão contactless conseguirá fazer pagamentos superiores a 20 euros, mas terá sempre de introduzir o PIN. Se preferir, pode usá-lo como um cartão normal, introduzindo-o no terminal de pagamento e digitando o código.
Relativamente aos riscos deste tipo de cartões, algumas apps de telemóvel permitem ler os dados do cartão contactless, exibindo o nome do portador, o número e os movimentos efetuados no dia.
Se estiver num transporte público cheio, não é impossível que alguém com um telemóvel que tenha esta app instalada lhe consiga, caso esteja muito próximo, sacar os dados do cartão. Recomenda-se prudência, como por exemplo alguma distância, embora seja necessária uma grande proximidade do telemóvel ao cartão, e talvez transportar o cartão numa carteira de alumínio, para melhor o isolar.
Para saber mais consulte (www.deco.proteste.pt).
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DECO CENTRO
Informamos todos os consumidores que em linha com as orientações da Direção Geral de Saúde e de acordo com o Plano de Contingência para o COVID-19, o atendimento presencial na delegação Centro está suspenso, por tempo indeterminado. Estamos disponíveis para atendimento aos consumidores através de email (deco.centro@deco.pt) e de contacto telefónico (239 841 004).

sexta-feira, 13 de março de 2020

DECO - Dizer não ao desperdício da água que é um recurso natural imprescindível à vida mas limitado

A água é um recurso natural imprescindível à vida, mas é limitado. Está nas nossas mãos adotar medidas para fazer um uso mais eficiente deste recurso e diminuir o desperdício! 
Cada português consome em média 195 litros de água por dia. Os banhos (20 a 30%) são a atividade em que mais gastamos água, seguida das descargas sanitárias (33%) e das máquinas de lavar roupa e louça (15%), sendo que a cozinhar e a beber o gasto é menos significativo (3%). 
Enquanto consumidores temos um papel importante para evitar este desperdício, nomeadamente nas nossas casas e espaços públicos. No dia-a-dia se uma família de três pessoas adotar comportamentos mais responsáveis e sustentáveis poderá poupar, num ano, água suficiente para encher uma piscina ou 60.000 garrafões de 5 litros. 
Tome nota de algumas dicas que o ajudarão a poupar, evitando o desperdício: 
-Mantenha a canalização doméstica em bom estado. Chame um canalizador caso as torneiras não parem de pingar ou se verificar a existência de uma rotura; 
-Feche sempre bem as torneiras. Uma torneira a pingar pode gastar cerca de 25 litros de água por dia;
-Utilize torneiras de regulação do fluxo de água ou instale dispositivos de redução de caudal; 
-Faça uma leitura regular do contador e da fatura da água para controlar os seus gastos;
-Instale autoclismos com dispositivo de dupla descarga. Poderá também colocar garrafas de água com areia no interior do reservatório para evitar enchê-lo na totalidade e reduzir a quantidade de água gasta em cada descarga; 
-Evite fazer descargas desnecessárias, lembre-se que o autoclismo não é um caixote do lixo. Cada descarga gasta cerca de 10 litros de água; 
-Utilize a máquina de lavar roupa e loiça com carga completa, evitando o desperdício de água e de energia; 
-Se lavar a loiça à mão, não deixe a água a correr continuamente, encha o lava-loiça com a água necessária. 
Lembre-se que evitar o desperdício está nas nossas mãos! 
(Ilustração nossa)
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A DECO CENTRO informa os todos os consumidores que em linha com as orientações da Direção Geral de Saúde e de acordo com o Plano de Contingência para o COVID-19, o atendimento presencial na delegação Centro está suspenso, por tempo indeterminado. Mas continua disponível para atendimento aos consumidores através de email (deco.centro@deco.pt) e de contacto telefónico (239 841 004).

quinta-feira, 5 de março de 2020

'Entre Paredes d'Opital' abriu concurso para trazer intervenções artísticas ao Instituto Português de Oncologia de Coimbra!

'Entre Paredes d’Opital' é o nome do concurso nacional lançado a 2 de março pela Associação Palhaços d’Opital, que assim pretende levar mais cor, alegria e boa disposição a 4 paredes do Instituto Português de Oncologia de Coimbra.
A iniciativa, divulgada em conferência de imprensa, surge na continuidade do trabalho desenvolvido pela associação nesta unidade hospitalar, e tem como intuito a
valorização de duas salas de espera com intervenções artísticas em vários domínios: pintura, desenho, artes digitais, fotografia e artes visuais.
"-Pretende-se transformar duas salas de espera num local acolhedor, sereno e promotor da alegria, do bem-estar e da esperança, e trazer arte e afetos aos utentes que vêm ao IPO” assume Isabel Rosado presidente da Palhaços d’Opital.
Também Margarida Ornelas, presidente do conselho de administração do IPO de Coimbra realça a importância desta atividade, uma vez que “por estas duas salas de esperas passam diariamente centenas de pessoas, e achámos que precisariam de um espaço mais acolhedor”.
No concurso podem participar artistas a partir dos 15 anos que poderão candidatar os seus trabalhos de forma individual ou coletiva, tendo a entrega dos projetos que decorrer até 31 de março para apreciação pelo júri. A divulgação dos trabalhos vencedores será realizada a 15 de abril. Cada um dos vencedores receberá um prémio de 2000 euros, e a inauguração será a 20 de maio, em homenagem ao professor dr. Luís Raposo, fundador do IPO de Coimbra, e um nome incontornável na história desta Instituição.
São 4 também as entidades que patrocinam este projeto: Somengil (Vagos), Ramalhos (Águeda), Pousadinha (Tentúgal e Ferneto (Vagos).
O regulamento, assim como a ficha de inscrição, podem ser solicitados através do email (geral@palhacosdopital.com).

terça-feira, 3 de março de 2020

Cascas de banana limpam águas com metais pesados segundo uma Investigação da Universidade de Aveiro!

Pequenas ou grandes, da Madeira ou da América do Sul, tanto faz. As cascas da banana são altamente eficientes na remoção de metais pesados de águas contaminadas, nomeadamente do mercúrio, um metal muito tóxico para a saúde e para o ambiente. A descoberta é de uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA). 
Formadas por celulose, lenhina e hemicelulose, materiais com grupos funcionais que captam o mercúrio da água, o grupo de investigação descobriu igualmente que as cascas da banana são eficazes na remoção de outros metais tóxicos como o chumbo ou o cádmio. 
No caso específico do mercúrio, onde as cascas são as campeãs da limpeza, explica a investigadora Elaine Fabre, “o que as diferencia dos outros materiais biológicos [que também são formados por celulose, lenhina e hemicelulose] é que as mesmas são mais ricas em grupos de enxofre e o mercúrio tem elevada afinidade por esse elemento”. Por isso, desvenda a responsável pela investigação, “estas cascas são tão eficientes na remoção de mercúrio da água”. 
Publicado na revista Science of the Total Environment, o trabalho mostra que, para tratar 100 litros de água contaminada com 0,05 miligramas de mercúrio, e de forma a atingir-se a concentração permitida para águas de consumo humano, que é de 0,001 miligramas de mercúrio por litro, seriam necessários apenas 291 gramas de cascas. 
A aplicação de cascas de banana para remoção de mercúrio através de processos de sorção - processos que envolvem a retenção de um composto de uma fase fluida na superfície de um sólido - pode ser realizada em estações de tratamento de águas residuais, em efluentes industriais, ou mesmo em qualquer outro sistema que contenha águas contaminadas. Para tal, asseguram os cientistas de Aveiro, basta colocar as cascas em contacto com a água contaminada por um determinado período de tempo.
As cascas foram já testadas em diversos sistemas reais. Com água da torneira, água do mar ou água de efluentes industriais, e na presença de muitos outros elementos para além de metais pesados, em todos os casos as cascas mostraram-se eficazes. “Os resultados mostram um potencial muito promissor na aplicação das cascas em sistemas reais”, aponta a investigadora. 
O trabalho com as cascas de banana envolveu, além de Elaine Fabre, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e LAQV-REQUIMTE, os cientistas Cláudia Lopes, Eduarda Pereira, Carlos Silva, Carlos Vale, Paula Figueira e Bruno Henriques.