sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Banda de Santana marca presença há mais de um século nos cerimoniais pela alma dos fiéis defuntos

A tradição do Jubileu das Almas e Missa de Requiem

Em Portugal o Jubileu das Almas é uma celebração tradicional que ocorre no Dia de Todos os Santos (1 de novembro) e no Dia de Finados (2 de novembro) datas dedicadas à memória dos falecidos. Esta celebração é particularmente forte em algumas regiões do país, onde as comunidades têm rituais específicos para homenagear as almas dos entes queridos que já partiram, podendo ser um dos rituais cristãos cuja longevidade se perde no tempo, ou seja desde o início do cristianismo ou até antes.

Para além daqueles dias, em certas zonas foram “concertadas e acertadas” outras datas, ajustadas de acordo com as conveniências e disponibilidade dos participantes principais, como o pároco, o pregador e a banda de música. Assim, apesar de existirem datas tradicionais ou estipuladas, algumas localidades estabeleceram um calendário próprio, em concordância com a comunidade e a irmandade local, mantendo viva a tradição e facilitando a participação de todos os envolvidos.

Esta cerimónia religiosa cristã é organizada pela já referida Irmandade das Almas que todos os anos é nomeada para esse efeito, cujo testemunho e nomeação é passado para familiares ou amigos, incluindo quase sempre um homem mais jovem, de forma a que a tradição prevaleça.

No que concerne à Missa de Requiem, tradicional neste ritual, de acordo com a forma particular do Missal Romano, um Réquiem ou Missa de Réquiem, é também conhecida como "Missa para os fiéis defuntos" ou "Missa dos fiéis defuntos". Esta celebração eucarística da igreja católica é rezada e cantada para o repouso das almas, rezando-se o ofício dos defuntos in saecula saeculorum.

Esta missa tem a particularidade de ser concebida e composta para um funeral, cuja letra contém passagens bíblicas e orações para a entrada dos mortos no céu. Este termo foi no entanto retirado da expressão Requiem aeternam dona eis, cujo significado é o seguinte: “Dai-lhes o repouso Eterno”. Porém, o termo (réquiem) tem sido ocasionalmente associado a outras composições musicais em honra aos mortos. Os réquiens mais famosos foram compostos por Berlioz, Brahms, Mozart e Verdi.

Algumas das bandas de música são também as guardiãs desse espólio, o qual, após o Concílio Vaticano II (1962-65) foi alterado para a língua vernácula, tendo sido mantido alguns dos sucessivos cânticos, salmodias e outros ritos que faziam parte dessas missas.

Desde a sua fundação em 1894 que a Banda de Santana / Figueira da Foz, participa no cerimonial pela alma dos fiéis defuntos cujo ritual é bastante comum em várias regiões do país. Assim, após a já mencionada Missa de Requiem, inicia-se da igreja / capela uma procissão até ao cemitério (e inversamente) onde se incorporam a Irmandade das Almas, o povo da terra, o Séquito Clerical e a banda de música.

Já no cemitério além das orações próprias do dia, é efetuado um sermão pelo padre pregador findo o qual, além das exéquias próprias, é executado um cântico apropriado. Com atualizações recentes no que concerne à missa e de acordo com o que foi proposto pelo pároco da paróquia, continua-se a trabalhar para apresentar sempre um trabalho digno, sério, responsável e sobretudo de qualidade e respeito pelos fiéis, o qual é reconhecido e apreciado por todos.

Ao som das marchas fúnebres (de Beethoven, Chopin, Ricardo Dorado, Verdi e outros compositores) em direção ao cemitério e inversamente, esta realidade já foi efetuada em Santana no passado domingo dia 3 do corrente, acontecendo o mesmo noutros sábados, onde a Banda de Santana estará presente, esperando que esta tradição continue bem presente em todo o território nacional.

(Texto enviado por Francisco M. Relva Pereira maestro da Banda de Santana)

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Associação dos Portos de Portugal marcou presença na Assembleia Geral da Associação Europeia de Portos de Mar (ESPO - European Sea Ports Org)

A Associação dos Portos de Portugal (APP) marcou presença na Assembleia Geral da Associação Europeia de Portos de Mar (ESPO – European Sea Ports Organisation) que se realizou ontem em Bruxelas, estando representada por Paula Cabaço presidente do Conselho de Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira, e Eduardo Feio presidente dos Conselhos de Administração do Porto de Aveiro e do Porto da Figueira da Foz, membros da direção da APP.

Durante a Assembleia Geral decorreu a eleição da nova direção da ESPO, para o biénio 2025/2026, que passa a ser composta por:

Presidente: Ansis Zeltiņš (Letónia) – CEO da Autoridade do Porto Livre de Riga;

Vice-Presidentes: Gerardo Landaluce Calleja (Espanha) presidente da Autoridade Portuária da Baía de Algeciras, e Cédric Virciglio (França) diretor de Planeamento Estratégico do Porto de Haropa.

A Assembleia Geral da ESPO elegeu, também, os presidentes dos comités técnicos da associação, destacando-se a eleição de Paula Sengo, do Porto de Lisboa, para presidir ao Comité Técnico para o Desenvolvimento Sustentável.

Lista de presidentes dos restantes comités técnicos para os próximos dois anos:

Comité Intermodal e Logístico: Federica Montaresi (Porto de La Spezia);

Comité de Facilitação do Comércio, Digitalização, Segurança e Geopolítica: Lieselot Marinus (Porto de Antuérpia-Bruges);

Comité de Capitães dos Portos e Peritos em Segurança Marítima: Stephan Berger

(Bremenports);

Comité de Governação e Gestão Portuária: Juan Manuel Diez (Porto de Valência);

Vice-Presidente EcoPorts: Andreas Slotte (Porto de Helsínquia);

Comité de Energia e Crescimento Azul: Mark Dijk (Porto de Roterdão);

Comissão de Análise Económica e Estatística: Cédric Virciglio (Porto de Haropa);

Rede de Portos de Cruzeiros e Ferries: Valeria Mangiarotti (Portos da Sardenha);

Rede de Trabalho e Operações: Panos Fevgas (Porto de Volos);

Grupo de Peritos Jurídicos: Kai-Dieter Classen (Porto de Hamburgo).

Foi ainda aprovado o orçamento da ESPO para o ano de 2025, que ascende a 1.351.772 euros, assim como, o plano de atividades da organização para o mesmo ano.

A Conferência Anual da ESPO, evento de referência para o setor portuário europeu, é fundamental para promover o debate sobre o futuro do setor, abordando temas como a transição energética, a digitalização, a sustentabilidade e a competitividade dos portos.

Durante a conferência decorre, ainda, a entrega do Prémio Anual da ESPO (The ESPO Award), que é um reconhecimento ao trabalho e às inovações no desenvolvimento sustentável e na melhoria da qualidade dos portos europeus. O tema deste ano, "Projetos ou estratégias portuárias de economia circular que beneficiem a cidade e a comunidade envolvente”, reconhecerá a entidade gestora do porto que desenvolveu uma estratégia de economia circular e/ou um projeto significativo de economia circular que envolva diferentes partes interessadas no porto ou nas suas imediações. O prémio visa honrar os esforços que envolvem ativamente o porto e beneficiam a comunidade circundante através de atividades de economia circular.

A presença da Associação dos Portos de Portugal na Assembleia Geral da ESPO reforça o compromisso do setor portuário português com a inovação, a sustentabilidade e a colaboração internacional, estreitando laços com os principais portos europeus e contribuindo para o futuro do transporte marítimo e logístico no continente.

Na fotografia da esquerda para a direita: Paula Cabaço - Presidente do Conselho de Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira, Ansis Zeltiņš – Presidente da ESPO, Eduardo Feio - Presidente dos Conselhos de Administração do Porto de Aveiro e do Porto da Figueira da Foz, e Isabelle Ryckbost – Secretária Geral da ESPO.