Banda de Santana marca presença há mais de um século nos cerimoniais pela alma dos fiéis defuntos
A
tradição do Jubileu das Almas e Missa de Requiem
Em
Portugal o Jubileu das Almas é uma celebração tradicional que
ocorre no Dia de Todos os Santos (1 de novembro) e no Dia de Finados
(2 de novembro) datas dedicadas à memória dos falecidos. Esta
celebração é particularmente forte em algumas regiões do país,
onde as comunidades têm rituais específicos para homenagear as
almas dos entes queridos que já partiram, podendo ser um dos rituais
cristãos cuja longevidade se perde no tempo, ou seja desde o início
do cristianismo ou até antes.
Para
além daqueles dias, em certas zonas foram “concertadas e
acertadas” outras datas, ajustadas de acordo com as conveniências
e disponibilidade dos participantes principais, como o pároco, o
pregador e a banda de música. Assim, apesar de existirem datas
tradicionais ou estipuladas, algumas localidades estabeleceram um
calendário próprio, em concordância com a comunidade e a irmandade
local, mantendo viva a tradição e facilitando a participação de
todos os envolvidos.
Esta
cerimónia religiosa cristã é organizada pela já referida
Irmandade das Almas que todos os anos é nomeada para esse efeito,
cujo testemunho e nomeação
é passado para familiares ou amigos, incluindo quase sempre um
homem mais jovem, de forma a que a tradição prevaleça.
No
que concerne à Missa de Requiem, tradicional neste ritual, de acordo
com a forma particular do Missal Romano, um Réquiem ou Missa de
Réquiem, é também conhecida como "Missa para os fiéis
defuntos" ou "Missa dos fiéis defuntos". Esta
celebração eucarística da igreja católica é rezada e cantada
para o repouso das almas, rezando-se o ofício dos defuntos in
saecula saeculorum.
Esta
missa tem a particularidade de ser concebida e composta
para um funeral, cuja letra contém passagens bíblicas e orações
para a entrada dos mortos no céu. Este termo foi no entanto retirado
da expressão Requiem
aeternam dona eis,
cujo significado é o seguinte: “Dai-lhes o repouso Eterno”.
Porém, o termo (réquiem) tem sido ocasionalmente associado a outras
composições musicais em honra aos mortos. Os réquiens mais famosos
foram compostos por Berlioz, Brahms, Mozart e Verdi.
Algumas
das bandas de música são também as guardiãs desse espólio, o
qual, após o Concílio Vaticano II (1962-65) foi alterado para a
língua vernácula, tendo sido mantido alguns dos sucessivos
cânticos, salmodias e outros ritos que faziam parte dessas missas.
Desde
a sua fundação em 1894 que a Banda de Santana / Figueira da Foz,
participa no cerimonial pela alma dos fiéis defuntos cujo ritual é
bastante comum em várias regiões do país. Assim, após a já
mencionada Missa de Requiem, inicia-se da igreja / capela uma
procissão até ao cemitério (e inversamente) onde se incorporam a
Irmandade das Almas, o povo da terra, o Séquito Clerical e a banda
de música.
Já no cemitério além das orações próprias do dia, é
efetuado um sermão pelo padre pregador findo o qual, além das
exéquias próprias, é executado um cântico apropriado. Com
atualizações recentes no que concerne à missa e de acordo com o
que foi proposto pelo pároco da paróquia, continua-se a trabalhar
para apresentar sempre um trabalho digno, sério, responsável e
sobretudo de qualidade e respeito pelos fiéis, o qual é reconhecido
e apreciado por todos.
Ao
som das marchas fúnebres (de Beethoven, Chopin, Ricardo Dorado,
Verdi e outros compositores) em direção ao cemitério e
inversamente, esta realidade já foi efetuada em Santana no passado
domingo dia 3 do corrente, acontecendo o mesmo noutros sábados, onde
a Banda de Santana estará presente, esperando que esta tradição
continue bem presente em todo o território nacional.
(Texto
enviado por Francisco
M. Relva Pereira maestro da Banda de Santana)
Sem comentários:
Enviar um comentário